30 de maio de 2012

Canal RH *- A prata da casa vale ouro - Por Marcinéia Oliveira


Existem algumas maneiras de recrutar e selecionar os profissionais para ocupar determinada vaga em uma empresa. Uma delas é por meio do recrutamento interno, onde se busca entre os colaboradores da empresa, candidatos qualificados para concorrer à vaga disponível, tanto para cargo de chefia quanto para transferência de áreas.   

De acordo com Idalberto Chiavenato, em seu livro Administração de Vendas, o maior benefício do recrutamento interno é “proporcionar oportunidades de carreira e desenvolvimento para os próprios funcionários, motivando-os contínuamente a se preparar, desenvolver, para concorrer a futuras promoções”. Além de ser uma excelente maneira da empresa reconhecer os esforços de sua equipe.

Obviamente uma empresa não tem como promover todos seus colaboradores, "mas é essencial que saibam que existem oportunidades para os indivíduos que trabalham bem" afirma Peter Drucker, em seu livro "Prática da Administração de Empresas".

 Para que um profissional desenvolva-se profissionalmente é preciso mais do que apenas interesse de sua parte, é preciso que seja liderado e incentivado. E isto é o que sempre Danúbio Passos, gerente da livraria Saraiva do shopping Rio Sul, faz com maestria. Além de incentivar sua equipe para atender bem e superar as expectativas dos clientes, mostra a sua equipe como eles podem crescer dentro da empresa e coloca-se à disposição para ajudá-los a conseguirem isso. Em uma conversa, Danúbio me disse:

___“Durante as reuniões com minha equipe, pergunto quem deseja ser um supervisor ou um gerente. Quando vejo interesse em um profissional, procuro orientá-lo sobre o perfil de líder que a Saraiva precisa e mostro como conseguir alcançar essas metas.”

Karen Muniz tem 28 anos e há dez começou a trabalhar na livraria na livraria Saraiva, como vendedora temporária, ela  comenta: 

___“De temporária a Gerente Trainee não foi fácil. É muito amor pelos livros, pela cultura e  pelo ambiente de trabalho. Quando vi a possibilidade de me tornar uma Gerente Trainee depois de uma avaliação positiva e corretiva, foi bem mais fácil contornar e melhorar os pontos em desenvolvimento. Considero-me uma mulher tigre, que agarrou todas as oportunidades oferecidas pela empresa. ”

 Sou testemunha ocular de que esta postura é verdadeira. Há vários anos sou cliente da loja onde Danúbio é Gerente e acompanhei o crescimento de dois profissionais. Ricardo Jardilino, que há alguns anos foi promovido a líder de vendas e mês passado foi escolhido para participar de um processo de seleção para gerentes de loja e Karen Muniz, que participou do mesmo processo para seleção de gerentes. Os dois foram para a sede da empresa em São Paulo, onde participaram de cursos, palestras e fizeram uma prova. Fiquei imensamente feliz ao saber que os dois passaram. Atualmente, Ricardo está como trainee de gerente na loja da Rua do Ouvidor e Karen permaneceu na Loja do Rio Sul, onde está sendo treinada por Danúbio. Em breve os dois assumirão uma das livrarias da rede Saraiva.  A promoção dos dois encorajou toda a equipe, que viram que os esforços deles não fora em vão. 

  Antes, porém, de iniciar um processo de recrutamento interno é preciso analisar acatar o conselho do professor Idalberto que diz que "o recrutamento interno exige um sistema de avaliação de desempenho do pessoal capaz de proporcionar informações seguras sobre cada funcionário e suas condições de promovabilidade." Este alerta é importante para evitar que um profissional que não tem condições reais de ser promovido participe de um processo de seleção interna e fique desmotivado.  

  Transparência em todo processo e imparcialidade garante o sucesso. O processo deve ser bem divulgado em toda a empresa, bem como os critérios para participar e quais são os requisitos necessários.  E ter bem definido o que a empresa espera dos profissionais que participarão do processo.

 Vale ressaltar que os profissionais que desejam crescer em uma empresa precisam seguir o conselho de Karen Muniz, quando ela diz: “ Notificar ao seu gestor que você está disponível e capaz de assumir responsabilidade, é necessário para que tenha um acompanhamento diferenciado. A motivação para crescer está nas nossas mãos e podemos conduzir  positivamente ou negativamente. Claro que "um tapinha nas costas" não faz mal a ninguém.

 Em muitas empresas, a prata da casa vale ouro, por isso reconhecem os esforços e o comprometimento por dar a oportunidade a cada um de ir além.

* Publicado no Jornal corporativo. Edição 858 - Segunda-feira, 28 de maio de 2012

25 de maio de 2012

Chefe que desmotivam a equipe - Por Marcinéia Oliveira

Publicado Jornal Corporativo 18,19 e 20 de maio

Maria Eduarda estava há dois anos na mesma empresa e gostava de suas atividades, mas seu chefe tornava o ambiente de trabalho estressante. Ao ver sua saúde física prejudicada, decidiu mudar de empresa e, em pouco tempo, conseguiu recolocar-se no mercado de trabalho. Quando questionada sobre o porquê de ter deixado a empresa anterior, já que gostava de suas atividades, sem titubear respondeu:
 ____ Por causa do meu chefe: a pior parte do trabalho era lidar com ele.

O que aconteceu com Maria Eduarda não é um caso isolado. Muitos chefes destroem equipes e fazem com que profissionais talentosos saiam da empresa.  Muitos profissionais são excelentes em relacionar-se com a equipe, mas ao serem promovidos ficam enfunados de orgulho, alguns  tornam-se egocêntricos. Tudo que eles fazem é o melhor, apenas a opinião deles é a correta. Não valorizam a equipe, mesmo quando eles esforçam demais. Isto desmotiva e faz com que os profissionais insatisfeitos busquem novas perspectivas, porque não aguentam mais o ambiente de trabalho.

Robert Button, professor de administração na universidade de Stanford e autor de oito livros, um deles o best-seller "Bom Chefe, Mau chefe", da editora Bookman Companhia, em recente entrevista à revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios, comentou:
 ___ “Uma das coisas que chama a atenção nos piores chefes é que tudo gira em torno deles. Agem como se todo mundo tivesse de trabalhar para eles. Acreditam que podem usar as pessoas e depois descartá-las. Eles não tratam seus funcionários com dignidade. São o oposto do bom líder, que está disposto a ajudar os profissionais a serem bem sucedidos, a se qualificarem. Ele trata os funcionários com paixão e respeito”.

Além disso, um bom chefe tem sensibilidade o suficiente para ajudar os membros de sua equipe a se desenvolverem e crescerem profissionalmente. Saber ouvir críticas é importante para tornar-se um bom chefe e incentivar a equipe a expressar suas opiniões.  Para ser bem sucedido, um chefe precisa disciplinar-se a falar menos e ouvir mais.

Robert Button acrescenta: “Uma diferença vital entre um bom e um mau chefe é que o primeiro considera sua responsabilidade aprender com os erros. Ele aplica sua habilidade gerencial para construir confiança e uma atmosfera de segurança.”.

Ajudar os profissionais a melhorem suas deficiências envolve sensibilizá-los a verem a necessidade de fazer tal mudança. Podemos ilustrar essa questão com um projeto de reforma em uma casa velha.  A reforma não será completa se apenas pintarmos a fachada, e deixarmos vigas podres por dentro. Não corrigir defeitos estruturais levará a problemas no futuro. De modo similar, não basta apenas ajudar os membros de sua equipe a fazerem pequenas mudanças. É preciso ajudá-los a irem ao âmago de sua personalidade e reconhecerem problemas estruturais que precisam ser corrigidos. Caso contrário, velhos traços de personalidade podem ressurgir e causar um estrago grande.

Todos, incluindo os chefes, precisam identificar características indesejáveis e corrigí-las de modo correto. Identificar com precisão a causa destas deficiências é o primeiro passo para mantê-las no controle. E, principalmente, recompensar o bom desempenho. Sobre isto, Tiago Crespo, gerente de Pessoal e Logística da Oceaneering comenta:

___Muitos acreditam que o bom desempenho somente é recompensado por uma cifra. Bem, eu tendo a discordar. Acredito que o dinheiro seja importante sim, porém existem muitas outras formas de se recompensar o bom desempenho. Um feedback sincero e específico após a finalização de um determinado projeto ou tarefa. Agradecer pelo bom desempenho, apresentar o resultado para os departamentos da empresa e dizer que esse foi obtido, devido ao trabalho de... (nome da pessoa).  Motivar as ideias dos empregados também é uma forma de recompensa.

Um bom parâmetro para avaliar a qualidade de sua maneira de liderar pode ser o percentual de rotatividade dos profissionais.

Tenha em mente que para ser um chefe você precisa aprender a liderar pessoas e não apenas gerenciá-las. É preciso inspirá-las. Ser liderado por alguém com habilidades profissionais, intelectuais e psicológicas torna o trabalho mais leve. Quando um gestor não respeita seus colaboradores não consegue fazer com que os profissionais cresçam e, pior ainda, consegue desmotivar a equipe, o que leva a que muitos façam o que Maria Eduarda, mencionada no inicio, fez. Se você é líder, tenha em mente que seu sucesso depende de uma boa equipe.

7 de maio de 2012

Aprenda a controlar as suas emoções


Publicado na edição 842 - Sexta-feira, sábado e domingo, 4, 5 e 6 de maio de 2012 do Jornal Corporativo (www.jornalcorporativo.com.br)

  Uma fechada no trânsito, uma resposta ríspida de um colega de trabalho, uma reunião onde nossas opiniões não parecem serem ouvidas e muitas outras situações que muitos profissionais enfrentam e acabam afetando suas emoções. Ao desenvolvermos inteligência emocional para enfrentarmos tais situações nossas chances de sucesso aumentam. Esse termo, inteligência emocional, tornou-se mundialmente conhecido após Daniel Goleman, famoso psicólogo, jornalista e escritor, ter publicado sua extensa e bem embasada pesquisa, mostrando que pessoas com QI (quociente de inteligência) alto fracassam mais do que pessoas com quociente menor que aprenderam a controlar suas emoções. O quociente emocional (QE) mede competências, tais como capacidade de estabilidade emocional, autocontrole, criatividade, empatia, habilidade social, etc. 



Aprender a dominar nossas emoções é muito importante em qualquer campo de nossa vida. Afinal, ninguém está imune a situações tensas e momentos estressantes, tanto na vida pessoal como na profissional.  Se desejarmos  mudar um comportamento nosso, é importante que estar  consciente dessa necessidade e  saber como essa mudança deve ser feitas. Para se conhecer melhor é necessário tirar um tempo para refletir e avaliar a maneira como agimos e reagimos diante das nossas ações e as de outras pessoas, bem como analisar a maneira como julgamos os fatos que acontecem no nosso dia a dia. Quando compreendemos nossos próprios pensamentos, ações e sentimentos, podemos nos empenhar para que produzam reações benéficas, mesmo sobre pressão.  Muitos instrumentos de avaliação de psicológica podem ser usados. Eu utilizo em meus treinamentos o  indicador de tipos psicológicos MBTI –  Myers-Briggs type indicator. O MBTI não julga uma pessoa, apenas identifica suas preferencias pessoais, nenhum tipo é melhor do que outros podem ter diferenças, mas todos são igualmente importantes. Quando nos conhecermos melhor, podemos entender melhor a maneira como agimos e reagimos em muitas situações. 


Por exemplo,   ficamos irritados om um comentário de um colega,  precisamos saber o que exatamente a pessoa fez que nos deixou assim, foi sua maneira de falar ou foi à verdade contida em seus comentários. E, nos conhecendo melhor, teremos consciência de quando perdemos o controle. Assim podemos desenvolver autocontrole. A importância do autocontrole pode ser ilustrada com um automóvel, que facilita muito a rotina diária de muitos profissionais, que vão de um lugar a outro com mais rapidez, claro se o transito permitir. No entanto, esse mesmo automóvel, se não for controlado corretamente, pode causar muito estrago e se transformar em uma arma letal. 


O mesmo acontece com nossas emoções, que nos ajudam a lidar com diversas situações no nosso dia a dia. Mas se não aprendermos a controlá-las, essas mesmas emoções podem causar estragos não apenas nas pessoas que nos cercam, mas em nós mesmos. Segundo o  dicionário Michaelis, autocontrole significa “Controle de si mesmo; domínio dos seus próprios impulsos, emoções e paixões.”  


Afinal não temos como controlar as emoções das pessoas que nos cercam, mas podemos controlar as nossas reações. E ao fazermos isso, podemos mudar o que somos para o que gostaríamos de ser. Isso é importante porque, em nossa vida diária, precisamos nos relacionar com muitas pessoas. Alguns profissionais chegam a entrar em contato com dezenas de pessoas em um só dia. 


Se  reagirem  de forma emocional a cada critica, comentário negativo ou uma opinião contrária a sua, ficará louco ou enlouquecerá quem estiver a sua volta.  Se controlarmos nossas emoções evitamos desperdiçar nossas energias com coisas menores e podemos, assim, direcioná-las para coisas positivas.