4 de março de 2010

"Líder temporário é nova modalidade de chefe" - com entrevista Marcinéia Oliveira

Líder temporário é nova modalidade de chefe
Comum nos Estados Unidos e na Europa, prática ainda é tímida no Brasil
Maria Carolina Nomura, iG São Paulo


Contratados para gerir projetos específicos por período determinado, o líder temporário tem as mesmas funções e atribuições de um gestor efetivo. A diferença é que, ao término de seu trabalho, ele não ficará na empresa necessariamente.
Essa modalidade de contratação vem crescendo nos Estados Unidos, Europa e Ásia, principalmente, depois da crise financeira mundial.

“O objetivo é evitar possíveis erros no perfil do profissional. No Brasil, isso é mais difícil de ser realizado por causa da atual legislação trabalhista. Isso só acontece, por enquanto, em países onde o mercado de recrutamento está mais amadurecido sob a ótica trabalhista”, afirma João Márcio Souza, diretor da Hays, empresa de recrutamento e seleção.

Contratação - Ele acrescenta que não se trata de um tipo ou perfil profissional, mas sim de um perfil de contratação, que se adequa às necessidades de uma empresa em determinado momento.

“Uma empresa propõe a um executivo que assuma a liderança de uma área por determinado período. Caso a relação não dê certo, a empresa não acumula danos com possíveis multas contratuais e o executivo, por sua vez, não se sente obrigado a justificar sua saída da corporação após poucos meses”, explica Souza.

Marcinéia Oliveira, diretora da consultoria Inner Smart e consultora para formação e desenvolvimento de líderes no segmento offshore (infraestrutura de base), aponta que a prática é comum também em empresas de tecnologia, que trabalham por projetos.

Carência - Para a consultora, esse tipo de contratação pode ser uma solução para a escassez de líderes no país. “O Brasil está carente de líderes que realmente saibam gerir uma equipe de modo eficaz. A tendência que não tem mais espaço é a promoção de profissionais que são bons na parte técnica, mas não sabem liderar”, explica.

No entanto, Célia Onílio, coordenadora de Recursos Humanos da Officilab, empresa farmacêutica, diz que apesar dessa tendência poder ajudar muitas empresas, salvo por uma necessidade específica, os líderes que são promovidos sempre são mais efetivos.

Marcinéia diz ainda que como a figura do líder temporário é nova, ela pode sofrer certa resistência da equipe. “Ainda mais nessa situação, na qual os liderados sabem que o líder ficará apenas por um tempo.”

2 de março de 2010

Formação e desenvolvimento de líderes para o ambiente offshore


O líder do passado sabe dar ordem, enquanto o líder do futuro sabe pedir." Peter Drucker

Um mercado em rápida expansão em nosso país, mas carente de líderes de equipe. Para liderar não bastam apenas ter conhecimento técnico, é preciso saber gerir pessoas, que diferentes de máquinas têm sentimentos. Mas, como em qualquer segmento, com o decorrer do tempo o papel do líder mudou, hoje o líder não é mais um realizador, do tipo que dizia "quer bem feito faça você mesmo", passou a ser um catalisador ,sabe motivar as pessoas a sal volta, ao ponto delas desejem realizar as tarefas que ele precisa que façam.

No passado, era comum observar os líderes com medo de ensinar tudo o que sabiam, temia que seus liderados pudessem de alguma maneira roubar o seu lugar, ensinavam, mas sempre deixavam sempre alguma coisa. A situação atual não tem lugar para esses líderes, longe de reprimir seus liderados, ele os deixa brilhar, não quer  apenas seguidores leais, e sim profissionais capacitados aptos para assumirem a liderança quando for necessário, tornando-se assim um líder formador de novos líderes.

Liderar sem estressar a equipe


O ambiente offshore já possui desafios e situações estressantes suficientes. Muitos líderes que tive o prazer de participar em seu desenvolvimento empenham-se em identificar os aspectos motivadores de seus liderados, avaliam que comportamento  pode deixá-los mais estressados em momentos de tensão.


Carlos é um líder, em minha opinião eficaz, já atua a mais de 10 anos no ambiente offshore ele foi incentivado a fazer isso, note o que ele diz:"Estávamos com um problema para descer um equipamento, quanto mais à equipe ficava nervosa, mais eu tentava me manter calmo, sempre falando de modo tranqüilo, porem firme, disse a eles: vamos seguir os procedimentos corretos mesmo que atrase, é em melhor, sempre vou dizendo, vocês estão indos bem, é isso ai, vamos lá. Aprendi que se eu desesperar eles fica nervosos, isso só aprendi por analisar como eu agia nas situações estressantes."
    
Carlos  identificou que sua postura influi muito em situações de tensão, o líder atual ele faz exatamente assim, antes de controlar a equipe ele controla a si mesmo.  Para liderar de modo eficaz é preciso entender que nem todas as pessoas se motivam com os desafios permanentes, mas a maioria delas fica motivada se apresentarmos o significado desses desafios.

Outro fator importante observado nos líderes que são bem sucedidos no ambiente offshore quer como supervisores ou gerentes é que eles aprendem a lidar muito bem com o poder inerente ao seu cargo, sabem por experiência prática que o poder da liderança está ligado na capacidade de estabelecer objetivos comuns para seus liderados.

Em qualquer lugar que você esteja liderando, você pode ter o poder formal de seu cargo que gera obediência ou o poder pessoal que consegue o comprometimento da equipe, Precisamos ter em mente que o poder da liderança vem de suas idéias e de sua capacidade de estabelecer objetivos comuns.

"Após mais de cinco décadas de desenvolvimento de meu potencial de liderança, cheguei a esta conclusão: Liderança é influencia. É isso aí. Nada mais, nada menos. Meu provérbio sobre liderança é este: aquele que acha que lidera, mas não tem ninguém que o siga, está apenas dando um passeio."
John C. Maxwell - (no livro Você nasceu de liderar - página 15)