30 de outubro de 2011

Como lidar com chefes tóxicos



Você S/A / Desenvolva sua carreira / Edição 133 / Carreira

Especialistas em recursos humanos, executivos e leitores da VOCÊ S/A dizem por que empresas toleram profissionais destrutivos e como não se deixar contaminar por eles

Um chefe tóxico contamina todo o ambiente com seu comportamento. Ele é aquele que nega, com atitudes, os valores da empresa em que trabalha. Ele não conhece o limite que separa a pressão por resultados da falta de respeito pela equipe. Ele desrespeita as pessoas no tom de voz, no discurso, no excesso de centralização e na incapacidade de fazer com que elas cresçam. A especialidade do chefe tóxico é dar ordens, sem se preocupar com o coletivo.

A ele falta a capacidade de liderar e inspirar pessoas. Um chefe assim não é modelo para ninguém. Ele não atrai nem retém os melhores talentos na própria equipe porque simplesmente sufoca e anula o que seus funcionários têm de melhor. Quem tem um chefe tóxico conhece os estragos que essa relação pode trazer para a saúde, para a carreira e até para a empresa que aceita esse tipo de comportamento.

Contudo, tanto quem responde para um profissional com esse perfil quanto quem só ouviu dizer que ele existe não entende muito bem por que, afinal, as empresas ainda toleram essas pessoas. Para responder a essa pergunta — e também para apontar o melhor caminho para quem não quer ser envenenado por um chefe assim — VOCÊ S/A reuniu, no mês passado, especialistas em gestão de pessoas, executivos e leitores da revista para discutir o assunto. Você pode ver quem é cada um dos convidados nas páginas anteriores. O resultado da discussão você confere ao longo desta reportagem. Nas laterais das páginas, em verde, você ainda encontra a sugestão dos especialistas para resolver casos reais de chefes tóxicos relatados por leitores no Malhe Seu Chefe, do site da VOCÊ S/A.

DILEMAS NOCIVOS

Para começar, a resposta dos convidados à nossa questão inicial é que chefes nocivos são mantidos nas empresas por dois fatores principais: o resultado que entregam e a invisibilidade que suas toxinas podem ter para quem não está sob o mesmo guarda-chuva. "As empresas toleram pessoas com comportamento inadequado porque elas entregam resultados no curto prazo", diz Felipe Westin, diretor da área de desempenho organizacional da Right Management.

“O que ocorre muitas vezes é que, com a desculpa de buscar resultados a qualquer custo, os chefes ultrapassam a linha tênue que separa a pressão por resultados do desrespeito à dignidade humana”, diz Marco Tulio Zanini, professor da Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais. “Avançar essa linha é inadmissível em qualquer circunstância.” O problema é que os limites de conduta se tornam ainda mais frágeis em um ano de crise econômica. Segundo um estudo da consultoria McKinsey, mais de 80% dos executivos reportam que as empresas onde trabalham estão mais focadas em resultados de curto prazos, mais rigorosas a aprovação de custos e ainda passaram a controlar as atividades com maior frequência. É o cenário ideal para a ocorrência de abusos, conscientes ou não.

Há uma boa notícia, no entanto. Apesar de toda competitividade e guerra para crescer, as companhias começaram a perceber que acolher pessoas tóxicas nem sempre é bom negócio. “Antigamente, os funcionários eram avaliados apenas pelo resultado que alcançavam. Hoje, o comportamento também compõe a avaliação de desempenho”, diz Felipe, da Right. “A promoção de um profissional depende também de sua atitude e da forma como lida com as pessoas.”

Basicamente, as empresas começam a perceber que, no longo prazo, os chefes tóxicos geram destruição. “As companhias aprendem que os resultados apresentados por esses profissionais não são sustentáveis”, diz Maria Lúcia Ginde, diretora de recursos humanos da Kimberly-Clark. A falta de sustentabilidade a que ela se refere está relacionada à continuidade do negócio e também das equipes.

Um dos maiores sintomas da contaminação do ambiente, aliás, é a perda dos melhores profissionais de uma equipe. Um chefe tóxico não é capaz de reter talentos — um recurso caro para as empresas. “Mesmo que tenha funcionários capacitados, um chefe desses tem o dom de desmotivar um a um, utilizando as ideias do grupo para se autopromover”, diz Thiago Grossi, de 29 anos, coordenador de suprimentos corporativo da International Paper. “Felizmente, hoje em dia, a sociedade está mandando para dentro das organizações pessoas que não deixam que façam com elas o que outras gerações deixaram”, diz Rolando Pelliccia, diretor do Hay Group.


15 de outubro de 2011

CANAL RH:Formação e desenvolvimento de líderes para o ambiente offshore - Publicado no Jornal Corporativo

“O líder do passado sabe dar ordem, enquanto o líder do futuro sabe pedir." Peter Drucker

Que o mercado de offshore está em franca expansão em nosso país não é novidade, mas como anda a gestão de toda essa gente diariamente sendo contratada?

O setor offshore está carente de líderes de equipe. E a explicação para isso é que para liderar não basta
apenas ter conhecimento técnico, é preciso saber gerir pessoas, que diferentemente de máquinas, têm
sentimentos.

No entanto, como em qualquer segmento, com o decorrer do tempo o papel do
líder sofreu mudanças. Hoje o líder não é mais um realizador do tipo que dizia "quer bem feito faça
você mesmo", passou a ser um catalisador. Ele precisa saber motivar as pessoas a sua volta para que elas
desejem realizar as tarefas que ele precisa que façam.

No passado era comum os líderes temerem ensinar tudo o que sabiam, com receio que seus liderados pudessem de alguma maneira tomar o seu lugar. Assim, ensinavam somente o básico ou pouco mais, deixando sempre alguma coisa de fora.

O que no novo cenário do mercado não tem mais lugar. Longe de reprimir seus liderados, o líder precisa deixar que gerem resultados, precisa dar espaço para que os liderados sejam notados. E isso não quer dizer apenas ter seguidores leais, mas sim profissionais capacitados e aptos para assumirem a liderança
quando for necessário.

Agora o líder é um formador de novos líderes. Afinal, o mercado offshore, como já foi dito, está em crescente ascensão e é preciso ter mão de obra qualificada, para além da técnica, para atuar no setor.

Uma boa condução de equipe também pede um bom ambiente de trabalho. E o ambiente offshore já possui desafios e situações estressantes suficientes, não sendo necessário, portanto, criar mais situações de dificuldade. Existem procedimentos e protocolos de segurança a serem cumpridos. Muitas das
atividades são até perigosas, o que em uma situação de tensão maior no cumprimento da tarefa pode acarretar em pânico se o momento não for muito bem administrado.

A postura do chefe influi muito em situações de tensão. E o ambiente offshore já possui desafios e situações
estressantes suficientes, não sendo necessário, portanto, criar mais situações de dificuldade. Existem
procedimentos e protocolos de segurança a serem cumpridos. Muitas das atividades são até perigosas, o que em uma situação de tensão maior no cumprimento da tarefa pode acarretar em pânico se o momento não for muito bem administrado. A postura do chefe influi muito em situações de tensão.

O líder precisa, antes de controlar a equipe, controlar a si mesmo. Para liderar de modo eficaz é preciso
entender que nem todas as pessoas se motivam com desafi os permanentes, mas a maioria delas se sente motivada se lhes forem apresentados os significados desses desafios.

Outro fator importante observado nos líderes bem sucedidos no ambiente offshore, quer como supervisores ou gerentes, é que eles aprendem a lidar muito bem com o poder inerente ao seu cargo, sabem empiricamente que o poder da liderança está ligado à capacidade de estabelecer objetivos comuns para seus liderados.

É ter em mente que o poder formal do cargo de liderança e a capacidade de gerir pessoas que geram obediência e comprometimento da equipe. O poder da liderança vem de ideias e da habilidade em estabelecer objetivos comuns para os subordinados.

"Após mais de cinco décadas de desenvolvimento de meu potencial de liderança, cheguei a esta conclusão:
Liderança é influencia. É isso aí. Nada mais, nada menos. Meu provérbio sobre liderança é este: aquele que acha que lidera, mas não tem ninguém que o siga, está apenas dando um passeio."
                                                          John C. Maxwell – (no livro Você nasceu para liderar página 15)